quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Border's 2010/2011


BO FD AM IN PI FM
HM 03001

BO FD AM NV ME MC
HM 030002

BO FD AM LI e BO FD AM PI
Estes são irmãos dos de cima.




Plantel Bernois


BE FD AM IN MC

BE FD AM NV FM


Nascimentos de 4 Bernois em 21/12/2010 






sábado, 4 de dezembro de 2010

BORDER FANCY - SUA EVOLUÇÃO NOS ÚLTIMOS 100 ANOS

Alceu Henrique Pornancim
Geólogo Ambiental
Criador de Borders desde 1997 pela SPCO/Curitiba
Revista SPCO 2002
Arquivo Editado em 20/09/2004


      Este trabalho é o resultado de pesquisa na World Wide Web, em sites e forums abertos da Inglaterra, Austrália e Estados Unidos, durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 2002. Seu objetivo é fornecer algumas informações a  mais a todos os simpatizantes desta maravilhosa raça de canários.
      
       O INÍCIO DE TUDO ...
       A origem do Border Fancy é controversa havendo relatos de  que ele evoluiu do canário "comum", criado na região de fronteira (border) da Inglaterra com a Escócia desde 1700. Outros afirmavam que um "bom Border" era praticamente uma miniatura do canário Yorkshire, obtido do cruzamento entre Norwich e Yorkshire. Então em 1889 na localidade de Langholm criadores da região reuniram-se e definiram o nome e o Standard (padrão) da raça. No ano seguinte em 5 de junho no condado de Cumberland foi fundado o Border Fancy Canary Club (BFCC) e o Border tornou-se a mais popular raça de canário criado na Grã Bretanha, surgindo em seguida outros clubes especializados na raça, tais como o Southern e o Weish Border Fancy Clubs. O Padrão Ideal baseava-se principalmente em: - não exceder 11,8 centímetros de comprimento; 
-posicionar-se no poleiro formando um ângulo de 60 graus com a horizontal; - apresentar cabeça e peito suavemente arredondados;
-e mostrar uma forma compacta e vivacidade no seu comportamento.
    A variedade ficou então conhecida como a "Pequena Jóia" devido ao seu tamanho e desenvoltura. Era um canário muito fértil e de fácil procriação, com média de postura de 4 a 5 ovos por ninho e as fêmeas eram excelentes mães. As cores eram:
- amarelo intenso e nevado (claros, pintados e variados);
- verde;
- canela;
- branco;
- azul.
    Em 1920 cruzamentos selecionados do Border com o canário Crested roller originaram o canário Gloster, hoje tão popular e apreciado. Infelizmente, vinte anos depois a Segunda Guerra Mundial iria castigar a Europa, incluindo a Inglaterra, afetando toda a canaricultura, restando apenas poucos Borders de qualidade fazendo com que os criadores utilizassem outras raças, mas principalmente os Norwich de tamanho menor em cruzamentos que resultaram pássaros maiores e por seleção produziram Borders de cabeças grandes e arredondadas, mas fora do Padrão Oficial e que gradativamente começaram a ganhar simpatia entre importantes criadores ingleses, conseguindo então premiações cada vez mais significativas nas exposições e concursos, fato este devido principalmente à influência destes abastados e prestigiados criadores junto aos juizes de porte nos julgamentos.  
   Em contrapartida os criadores insatisfeitos e fiéis ao "Border Clássico" recriaram o antigo Border e, em 1957 surgiu oficialmente o canário Fife Fancy.
   Com a introdução em 1984 pêlos ingleses de modificações no Padrão Oficial do Border passou-se a admitir pássaros de 14 até 15,5 centímetros, comprimento este também em vigor na Confederação Ornitológica Mundial - Hemisfério Sul. Na Austrália (principalmente em Vitória e sul do país) o comprimento ideal é 15,2 centímetros, mas variações neste valor são aceitas desde que o tipo e a qualidade do Border se mantenham, não esquecendo que são aceitos e julgados Borders com fator vermelho em seus concursos, além das cores tradicionais. Já na costa leste australiana o Border parece-se muito com a antiga "Pequena Jóia" de tempos atrás. Nos Estados Unidos o padrão também apresenta algumas variações pequenas e através do cruzamento 2/3 de canário Roller (canto belo e suave) com 1/3 de Border (canto alto e agitado) os americanos criaram o canário American Singer, que possui um canto variado e volume perfeito. Finalmente, na Nova Zelândia o padrão e tamanho para o Border ainda são os mesmos da década de sessenta.
 
A TENDÊNCIA AO NOVO MODELO INGLÊS

    Nos últimos anos a maior polemica a respeito do padrão, forma e tamanho do Border vem, logicamente, da própria Inglaterra. O país de origem de toda raça de porte é o que impõe qualquer mudança nas pontuações correspondentes ao Standard da raça, o que então é reconhecido pela Confederação Ornitológica Mundial (C.O.M.), devendo então ser cumprido obrigatoriamente por todos os países membros, evitando que tenhamos um padrão diferente em cada país. Inicialmente quando se aconselha a adoção de um novo padrão para uma determinada raça de canário, os clubes especializados convocam seus criadores e juizes de reputação incontestável para uma Convenção que toma as decisões através de votação. Nestas reuniões todas as proposições de mudança são objeto de minucioso estudo e se finalmente o modelo proposto é aprovado, outorga-se a ele uma escala de pontos e a partir deste momento será o objetivo a seguir para criadores e juizes sem exceção.
    Após a última Convenção do Border em 1987 um grupo de criadores ingleses influentes, muitos deles detentores de grande poder financeiro têm obtido cada vez mais premiações nos concursos com Borders cada vez maiores, mais pesados e poderíamos dizer, até desajeitados, se comparados ao Border Clássico. Seus pássaros chegam quase a 18 cm. de comprimento e bons exemplares custam em torno de 1000 libras Esterlinas. É fato que os juizes de porte premiam estes corpulentos Borders praticamente ignorando o Padrão Oficial da raça ainda em vigor e também é fato que muitos deles fazem parte deste grupo de criadores. O sucesso destes pássaros nos concursos tem levado, inclusive, a C.O.M. a decidir que é mais prático induzir a procedimentos e modificações que definam um novo modelo pictorial para o canário Border, provavelmente em uma atitude que principalmente agrade à comunidade dos juizes, da qual ela é totalmente dependente, confirmando a autoridade e competência destes mesmos juizes na conclusão de que o Border no últimos 15 anos "evoluiu", aumentou de tamanho, mudou sua forma e disposição para "melhor", segundo eles, então nada mais resta senão oficializar tais mudanças.
    Logicamente devemos também destacar que tecnicamente os Borders ingleses são considerados os melhores (além dos mais caros) do mundo devido a vários anos de seleção e aperfeiçoamento em detalhes específicos. O trabalho criterioso desenvolvido pêlos criadores para obter pernas dimensionadas e largas o suficiente para chegar ao desejado ângulo de 60 graus levou vários anos e foi associado com a dimensão da cauda, que nunca poderia estar "caída", mas sim em uma posição mais horizontal. Para o corpo procurou-se manter a forma de "ovo", vista de qualquer ângulo, o que é basicamente devido à presença de espáduas bem arredondadas e nunca estreitas. Já a cabeça perfeitamente redonda do Border Ideal é o ponto de mais difícil obtenção e o mais valorizado, pois outros defeitos como plumagem solta, asas ou cauda longas podem ser corrigidos em algumas gerações, mas uma cabeça relativamente achatada, abaulada ou estreita em um Border, praticamente não tem solução segundo muitos criadores.
    A prática de cruzar intenso com intenso e mesmo a introdução do fator vermelho prejudicam em muito o volume e o arredondamento da cabeça do Border. A cor e a plumagem destes Borders ingleses também merecem destaque, inclusive é "moda" nas exposições o Amarelo Border, obtido somente por alimentação natural, visto que a coloração artificial lá é proibida. A plumagem deve ser vaporosa, fina e aderente e geralmente os exemplares mais arredondados possuem a plumagem fina, curta e lisa. Como fato negativo devemos ressaltar que a fertilidade tem diminuído devido à pouca atenção com a qualidade de reprodução e à consangüinidade  excessiva na busca de fixar qualidades como plumagem, posição e forma, a ponto de já estar ganhando a reputação de um pássaro "difícil de criar" com média abaixo de 5 filhotes por fêmea em cada temporada. Inclusive a cada ano aumenta o uso de ama-secas e os melhores criadores da raça geralmente ficam com apenas 10 por  cento das fêmeas adultas para o plantei de criação. O desenho abaixo expressa a mais nova tendência para mais algumas mudanças na raça e foi projetado para o Border do novo milênio por Phil Warne, um dos criadores de melhor reputação na Inglaterra.
   Alguns consideram-no muito progressista, mas a maioria dos criadores tem encontrado elementos muito positivos, considerando esta versão como um novo desafio para o criador moderno do Border.
O que chama mais a atenção é a beleza da cabeça mais alta e  arredondada, seguida de uma nuca profunda passando pelas costas que são bem arredondadas e abauladas. Uma bela curvatura passa da garganta pelo peito e termina na base da  cauda, dando uma qualidade majestosa a este moderno Border. A inclinação perfeita da cauda completa este modelo e o conjunto nos leva a uma perfeita elegância provocada por suas patas largas e uma posição ereta e orgulhosa. O autor não faz menção ao comprimento ideal do pássaro para este desenho. E FINALMENTE ... ... do outro lado restam somente duas coisas: primeiramente a lembrança do Border Clássico que foi único em transmitir um equilíbrio de cores, formas e beleza num mesmo pássaro a ponto de ser comparado, quarenta anos atrás, a um pássaro selvagem em termos de qualidade de plumagem e forma. Também fica o descontentamento e a decepção daqueles criadores amantes e fiéis à "Pequena Jóia" como era chamado inicialmente e que ainda mantinham a esperança de vê-lo ressurgir cheio de vivacidade, beleza e leveza, no papel de artista principal deste filme chamado: Border- Se o Primeiro é o Melhor, porque Mudar ?

O BORDER  DO NOVO MILÉNIO

A Raça Bernois

Revista Brasil Ornitológico Nro 43
Arquivo editado em 07/09/2002
  

     Pela primeira vez, em um Campeonato Brasileiro, foram apresentados, em Florianópolis, canários da raça Suíça, denominados "Bernois".  Esta raça, de origem obscura, surgiu no final do século XIX, segundo WALKER.  
    À um senhor Wyss, de um subúrbio de Berna, é atribuída sua criação. Segundo consta, originou-se da mestiçagem entre o Yorkshire da época (1870) com canários que existiam na região. Há possibilidade que o velho canário Holandês possa ter sido utilizado.
    Pouco se falou da raça até 1910, quando os primeiros foram apresentados em uma exposição em Berna. Logo uma associação foi formada para promover a raça e estabelecer um padrão que é, praticamente, o mesmo utilizado nos dias de hoje.
    Os criadores atuais alegam que a raça é difícil de criar, que os problemas que existem com as raças de maior tamanho são também comuns. A maior dificuldade segundo consta, é a relutância das fêmeas em alimentar seus filhotes.
   São admitidos nos concursos em classes separadas os intensos e nevados, tanto nas formas lipocrômica, como melânica ou pintada. Não são permitidos os colorantes artificiais.
   Um Bernois de qualidade se posiciona bem ereto, tendo entre 16,0 e 17,5 centímetros de comprimento. A cabeça necessita estar ereta. É relativamente curta, com o topo quase plano, formando com a nuca um ãngulo de quase 90 graus.
  Uma cabeça semelhante a do excepcional tenista andré Agassi, é perfeitamente a forma qiue deve ter o Bernois ideal. O pescoço é perfeitamente definido mas não é longo. O peito deve ser amplo, afunilado em direção às pernas. As costas devem ser longas e ligeiramente abauladas. As asas devem ser longas, bem assentadas, não se cruzando e a junção das asas ao corpo deve ser claramente visível e não escondidas por penas do pescoço ou do peito. A cauda é proporcionalmente longa. As pernas com as coxas visíveis e emplumadas canelas longas, ficam colocadas quase na vertical. A plumagem deve ser compacta.
Poucos exemplares aparecem em exposições fora do pais de origem, com a exceção dos campeonatos mundiais, mas está crescendo sua presença em vários países europeus.

O Bernois no Brasil

    Por volta de 1980, num lote de pássaros importados, havia dois que poucos criadores brasileiros tinham, visto.
Fui vê-los na casa do José do Egypto e identifiquei-os tão logo botei os olhos neles.
O macho nevado apresentava praticamente todas as características da raça, inclusive excelente posição no poleiro. A cabeça de acordo com o padrão, o encontro das asas bem destacado e o tamanho compatível. A fêmea intensa, deixava à desejar em alguns aspectos, mas a cabeça e o encontro das asas não deixavem qualquer dúvida quanto a raça. Segundo me lembro, os pássaros foram adquiridos na casa do José pelo "cometa" Abraão Abressor e acabaram desaparecendo.
   De lá para cá nada havia surgido em exposições, apesar de alguns criadores terem tentado importar e outros construir a raça com mestiçagem.
   Em Florianópolis, no ano passado, foram apresentados alguns que jã haviam sido considerados como pertencentes à raça nos clubes onde concorreram.  Eram seis canários, mas um deles não apresentava o mínimo de características desejáveis. Os outros cinco foram classificados: 3 intensos e 2 nevados.
    Os dois vo Vanderlei oriundos de importados, como suponho que seja o do Bartoli. Os dois do Ramalho sé feitos em casa, o que vim a saber após julgá-los.
    Não sendo pássaros excepcionais, apresentavam as características que os distinguem das outras raças de canários de porte semelhantes, com a deficiência comum do posicionamento elevado, culpa dos criadores que, como todos os brasileiros, não treinaram seus canários para apresentação em concurso.
    O treinamento não é complicado, só demanda tempo. Um cartão colocado entre duas gaiolas que obrigue o pássaro a se esticar para observar o que se passa ao lado; a verdura colocada no alto, afastada do poleiro e uma gaiola com um poleiro central mais elevado resolvem satisfatoriamente o problema, tudo isto associado à um passar de uma vareta nas grades quando o pássaro estiver em posição. O condicionamento pode ser conseguido em poucos meses.
   Conversando com o Vanderlei, vim saber que os criadores que cederam os pássaros a ele, ficaram encantados com a fotografia publicada em nosso manual de julgamento mas ela é de um campeão mundial.
    O juiz que fez o comentário sobre o pássaro, fez restrição apenas à posição. Mas convenhamos, fotografar pássaros, principalmente em gaiolas especiais e em posição de concurso, é tarefa nem sempre bem sucedida, mesmo para os grandes mestres como Dennis Avon.
    Quando aos pássaros do Ramalho sé, não sei como foram conseguidos, mas seu trabalho é digno de elogio.
    Precisa agora como juiz, escrever um trabalho sobre o que foi feito para difundir e possibilitar à outros que tendem o que conseguiu com sucesso.

Conclusão

 

   Como bem disse o Vanderrlei, já podemos dizer que no Brasil já existem canários da raça Bernois. Cabe aos criadores que conseguiram estes pássaros, manter sua presença nos concursos, o que não será tarefa fácil, pois, face a quase impossibilidade de importação e de conseguir pássaros da raça, mesmo na Europa, desenvolver como o Ramalho Sé os Bernois "Made in Brasil", é uma boa solução.


José Luís de Castro Silva


Nomenlatura dos Canarios Border e Bernois


CP 30 01     BORDER FUNDO BRANCO LIPOCRÔMICO .......................................... BO FD BR LI
CP 30 02     BORDER FUNDO BRANCO MELÂNICO ................................................ BO FD BR ME
CP 30 03     BORDER FUNDO BRANCO PINTADO.................................................... BO FD BR PI
CP 30 04     BORDER FUNDO AMARELO INTENSO LIPOCRÔMICO.......................... BO FD AM IN LI
CP 30 05     BORDER FUNDO AMARELO INTENSO MELÂNICO ............................... BO FD AM IN ME
CP 30 06     BORDER FUNDO AMARELO INTENSO PINTADO................................... BO FD AM IN PI
CP 30 07     BORDER FUNDO AMARELO NEVADO LIPOCRÔMICO .......................... BO FD AM NV LI
CP 30 08     BORDER FUNDO AMARELO NEVADO MELÂNICO ................................ BO FD AM NV ME
CP 30 09     BORDER FUNDO AMARELO NEVADO PINTADO ................................... BO FD AM NV PI


CP 34 01     BERNOIS FUNDO BRANCO................................................................... BE FD BR
CP 34 02     BERNOIS FUNDO AMARELO INTENSO ................................................ BE FD IN
CP 34 03     BERNOIS FUNDO AMARELO NEVADO ................................................ BE FD NV